Timidez das Copas

E se pudéssemos nos conectar a uma floresta distante por meio da tecnologia?

Timidez das Copas é uma instalação cinética de 10 metros de comprimento com mais de 160 esculturas de papel, co-criadas com mais de 500 pessoas.

A obra capta em tempo real os movimentos do vento de uma floresta protegida e os traduz em uma experiência imersiva multissensorial.

A experiência da preservação

A instalação foi encomendada pela maior produtora e exportadora brasileira de papéis, a Klabin. A essência das atividades da Klabin é a exploração dos recursos naturais. Esses são os recursos que estão no centro da discussão mais urgente do mundo: a crise climática. As árvores — que a principal matéria-prima da empresa — são o epicentro simbólico dessa discussão.

Há décadas, porém, a Klabin não mede esforços para desenvolver tecnologias inovadoras para quebrar as cadeias produtivas do plástico e mineral, rumo a materiais sustentáveis derivados do papel. Presente em três estados brasileiros – São Paulo, Paraná e Santa Catarina –, a empresa detém mais de 625 mil hectares de florestas, dos quais 42% são reservas nativas. Seu mais renomado território protegido, o Parque Ecológico da Fazenda Monte Alegre em Telêmaco Borba tornou-se uma área inestimável e de alto valor de conservação devido à sua significativa concentração de ecossistemas raros, ameaçados ou em perigo de extinção.

As iniciativas da Klabin provaram como a tecnologia pode ter impactos significativos na conservação da natureza. Foi examinando essa relação positiva entre Natureza e Tecnologia que nossa proposta foi fundada.

Depois que o artista experimentou a floresta protegida em primeira mão e estudou seu impacto na elevação dos níveis de biodiversidade da região, Timidez das Copas
O software e o movimento, desenhados por Dimitre Lima, deram vida às esculturas de papel. Cada uma dessas esculturas, parametrizadas digitalmente mas dobradas manualmente, foi criada exclusivamente pela artista especialista em papel Gabriela Castro. Elas comportaram como as copas das árvores – respirando como seres vivos e quase não se tocando.

Inaugurada no evento INOVA Klabin, realizado no Pavilhão da Bienal de São Paulo, em São Paulo, a obra foi montada pela primeira vez com os mais de 500 convidados que estiveram presentes no evento. Em parceria com Pavoni, a artista Isabella Nardini desenhou a experiência do evento

Lá, os participantes foram inicialmente divididos em grupos de três e receberam uma das esculturas de papel que mais tarde fariam parte do trabalho final. Distribuídos de acordo com as habilidades com as quais mais se identificaram, os grupos foram se familiarizando com o tema da obra e foram convidados a se conectar com os materiais, sentindo sua maciez e maleabilidade, entendendo mais como o papel se comporta.

Em seguida, foram orientados a fixar as esculturas no painel. Para isso, porém, os grupos precisavam aprender com as árvores, assumindo sua capacidade de trabalhar como um único indivíduo.

Depois de montadas todas as esculturas de papel, os participantes foram convidados a tomar um chá especialmente elaborado pelo sommelier de chás Dani Lieuthier. Cada pessoa recebeu um cartão no qual era feita uma pergunta sobre sua relação com a floresta. A experiência terminou quando todos os participantes puderam ver o trabalho concluído e em movimento.