Templo
Orbital

site specific / 2022
Quem pode entrar no céu?

Templo Orbital é o primeiro satélite orbital artístico do Sul Global. Sua missão é questionar a colonização simbólica do céu como paraíso; a origem das regras que abrem ou fecham seus portais; e a influência que essas crenças têm nas decisões que tomamos todos os dias.
Templo Orbital, vídeo introdução, 1 min.
A obra de arte possui três elementos co-dependentes: um satélite especialmente projetado para armazenar bilhões de nomes; uma escultura de espaço público na Terra capaz de trocar informações com o satélite; e um site por meio do qual os participantes podem enviar o nome de alguém que já faleceu para o céu.

Como um empreendimento multidisciplinar, Templo Orbital pode ser considerado uma instalação site-specific no espaço sideral, uma escultura de espaço público e também um projeto ArtSat.

Em 2022, o satélite foi exibido na 13ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, na IX Bienal Internacional de Arte Contemporânea, em Tashkent, e na exposição NTU II Global Digital Art Prize, em Cingapura.

Templo Orbital no espaço.
Render 3D por RiseNY&Partners.
Como funciona?

Pelo site, qualquer pessoa pode enviar o nome da pessoa que deseja mandar para o céu, sem nenhum custo.

Assim que o satélite estiver em órbita e ocorrer o próximo alinhamento entre ele e a antena, os nomes serão transmitidos para o dispositivo no céu.

O satélite o armazenará em sua memória e responderá com uma mensagem confirmando que está registrado no templo. Quem enviou o nome receberá um e-mail com uma mensagem como a seguinte:

Hoje, 28 de setembro de 2022, às 23h56
o nome Kalpana Chawla ascendeu ao céu e lá permanece.
E por quê?
Por dois motivos:
um simbólico,
e o outro político.
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Templo Orbital no espaço.
Render 3D por RiseNY&Partners.
Como a ideia de paraíso interfere em nossas percepções sobre sexo, aborto, eutanásia, Estado, família, saúde mental e direitos humanos?

E se a tecnologia nos possibilitasse experimentar um imaginário inclusivo do céu?

A maioria das culturas e religiões que obedecem a alguma ideia de céu e inferno estabelecem diretrizes precisas sobre quem pertence a cada destino da vida após a morte. Essas diretrizes geralmente são rígidas e excludentes.

A missão Templo Orbital questiona essas ideias. E se pudéssemos imaginar um paraíso alternativo no qual todos os seres sencientes pudessem ter um lugar?

Os participantes deste projeto têm a chance - e o poder - de usar a tecnologia como um meio de trazer aqueles que não seriam convencionalmente colocados neste "lugar mais elevado" para habitar um templo na órbita da Terra.
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Templo Orbital, instalação na Bienal do Mercosul
em Porto Alegre, Brasil. Foto por Clara Marques.
Ao mesmo tempo, Templo Orbital também é uma tentativa artística de superar um acesso à tecnologia espacial que há muito tempo é desigual. O espaço tem sido notoriamente restrito aos países industrializados, que não apenas controlam mas lucram com o monopólio de seu acesso. Ao deter informações valiosas e privilegiadas dos países em desenvolvimento, as nações industrializadas obtêm vantagens políticas, econômicas e militares.

Como o primeiro satélite artístico orbital do Sul Global, Templo Orbital espera aprofundar as discussões sobre como essa lacuna de acesso se relaciona com a perpetuação da pobreza (1) nos países em desenvolvimento e também com a crise climática global, desafiando os regimes espaciais opressores estabelecidos e reproduzidos pelo mundo desenvolvido.
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Templo Orbital no espaço
Render 3D por RiseNY&Partners.
Como elemento-chave da nossa dinâmica geopolítica, o espaço sideral tem um papel fundamental na formação do nosso quotidiano no século XXI.
Os satélites são usados para nos ajudar a navegar pelo globo, seja em nossos carros, barcos ou aviões; nos fornecem informações essenciais sobre incêndios florestais e outros fenômenos naturais; e ajudam as nações a desenvolver sistemas agrícolas mais precisos por meio de dados de alta qualidade sobre o clima.

Presente nos níveis militares, econômicos, políticos e sociais, a tecnologia espacial, no entanto, pode passar despercebida.
"Compreender e questionar as estruturas de poder que regulam a exploração do espaço, literal e metaforicamente, é crucial para aqueles comprometidos com a construção de um amanhã mais justo e sustentável. O Templo Orbital busca não apenas participar da discussão simbólica sobre nossa compreensão coletiva da vida, e da vida após a morte, mas para ampliar o debate sobre como as tecnologias espaciais podem ser ferramentas para impulsionar economias, melhorar a qualidade de vida das pessoas e preservar o mundo que temos. É também um lembrete de que a tecnologia alterará não apenas como vivemos, mas também como morremos."
- Edson Pavoni
Tecnologia de código aberto (open source) para as futuras gerações do Sul Global

Toda a tecnologia desenvolvida para a missão Templo Orbital será de código aberto (open source) e disponível online, promovendo o avanço da exploração espacial no Sul Global. Novas missões e projetos podem usar o Templo Orbitalcomo base para seus próprios experimentos artísticos ou científicos. Um workshop de satélite do tipo "faça você mesmo" acompanhará a missão. Dirigido a adolescentes do Sul Global, sendo oferecido em português, espanhol e inglês, será uma oportunidade para aprender sobre a tecnologia de satélite e colocá-la em prática. Qualquer pessoa com mais de 16 anos poderá construir seu próprio satélite, aprendendo sobre a história da arte no espaço, conceitos fundamentais de eletrônica, mecânica e ciência espacial, inclusive como financiar os projetos e como construir uma antena para se comunicar com o satélite em órbita.
Quer fazer parte dessa missão? Torne-se nosso patrocinador por meio de uma doação dedutível de impostos (Fiscal Sponsorship) e dê vida a ela.
Sustentabilidade e lixo espacial

Todas as emissões de carbono serão neutralizadas, incluindo o lançamento e fabricação do satélite.

O satélite tem um plano de reentrada de 10 anos, sem deixar detritos no espaço sideral.
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Detalhes do satéliteTemplo Orbital
Foto por Clara Marques.
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Detalhes do satélite Templo Orbital
Render 3D por RiseNY&Partners.
Exposições

2022
13ª Bienal do Mercosul
Porto Alegre, Brasil

IX Bienal Internacional de Arte Contemporânea
Tashkent, Uzbequistão

NTU II Global Digital Art Prize
Cingapura, Cingapura
Prêmios

2022
Prêmio Lumen - Longlist Futures Award
NTU II Global Digital Art Prize - Finalista

2021
Prêmio CubeDesign, promovido pelo INPE - Vencedor categorial ArtSat
Informações técnicas

Satélite
Dimensões: 50x58x64mm
1P PocketQube
Peso: 245 gr
Materiais: alumínio, ouro, fibra de vidro e componentes eletrônicos.
Órbita: Altitude 525 ± 25 km; inclinação: SSO 97.6 ± 0.1°

Antena/Escultura
Dimensões: 6 m (diâmetro) e 1.2m (altura)
Peso: 46 kg
Materiais: alumínio, placa espelhada epóxi, cúpula de alumínio dourada suspensa por uma estrutura de andaime.

Especificações de rádio NASA-Catálogo
TBD Downlink: 437 MHzCall:
TBD Status: SCHEDULE FOR 2023
Créditos

Edson Pavoni, artista

Engenharia Aeroespacial e de Sistemas
Pedro Kaled, João Pedro Polito, Victor Baptista & João Victor Alves

Engenharia Eletrônica
André Biagioni, João Pedro Polito & VK

Programação
Jonathan Querubina

Design e Arquitetura
Guilherme Bullejos

Impressão 3D
Solid Concepts, sob a liderança de Eduardo Dias

Renderização em 3D
Guilherme Bullejos & RiseNy&Partners

Pesquisa
Roberta Savian Rosa & Clara Marques

Produção de exposições, fotografia e criação de conteúdo
Clara Marques

Serigrafia da Exposição
Daphne Alves

Projeto Educacional
IdeaSpace

Patrocinadores
Pearmill